Por toda minha vida o interesse por tecidos foi constante, na juventude e por anos seguintes envolvi-me com estamparia, costuras, técnicas de tingimento e por todos os caminhos por onde andei meus olhos eram atraídos p as tradições dos povos contidas em seus trabalhos de artes têxteis.
Nos anos 80 me vi na necessidade de montar minha própria estamparia: desenhos, fotolitos, estampas corridas, telas, tintas, estufa, mesas q somavam 100 metros, tudo construido, foram anos de aprendizado e dedicação. Depois a vida me conduziu por outros caminhos, os quais me introduziram aos tingimentos feitos em alguns países da África e Japão, e desde então aprender e praticar shibori faz parte de afazeres que muito aprecio.
Nos anos 90 começou minha relação profunda com a floresta, apesar de desde a infância ter habitado áreas verdes, morar em plena Mata Atlântica, viver da forma mais sustentável possível, construir a própria casa com o máximo de recursos do ambiente a meu redor, casa a 1 hora de caminhada a pé por trilha na mata, gerar a própria luz através da agua, cozinhar com lenha, plantar muito e sempre, assim como cuidar do reino vegetal a meu entorno, que tem um vigor extremo e demanda dedicação constante. Plantios orgânicos, bionâmicos, agrofloresta, permacultura habitam meu universo.
Em 2013 vi-me em situação urgente de ter que gerar recursos materiais , fiz uma coleção de shibori, de um ponto de vista deu certo e por outro deparei-me diante de grande contradição: por todos os princípios que passaram a fazer parte de mim, trabalhar com tintas químicas era algo completamente errado, não só qto ao contato do tecido na pele com o químico mas também pela quantidade de resíduos de aguas com corantes químicos jogadas fora, na natureza, pois mesmo no sistema de fossa c biodigestores (sistema rural de tratamento de agua), o corante químico é poluente, não sendo bom voltar p a terra.